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FIFA parabeniza o Atlético: “Grandeza que vai além dos troféus”

25/3/2014 14:57
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A FIFA parabenizou o Atlético pelo aniversário de 106 anos do clube. Confira a postagem no site oficial da entidade:

“Parabéns ao Atlético Mineiro: uma grandeza que não cabe em troféus”.

Há clubes que se tornam potências com conquistas de impacto, ano após ano. Há outros que precisam de menos: sua história – secular, de preferência –, a paixão de sua torcida e os craques que vestiram sua camisa, por si só, servem como comprovantes de grandeza, que não perdem a validade nem mesmo diante de fases complicadas. No Brasil, um dos melhores representantes desse grupo é o Atlético Mineiro, que construiu uma reputação incontestável mesmo ao alternar momentos de glórias com períodos de queda.

Seus mais de 40 títulos estaduais, claro, têm um peso importante ao longo dos mais de cem anos de existência, mas foram mesmo dois outros – separados por nada menos que quatro décadas –, que pontuaram sua força dentro do campo: o do Campeonato Brasileiro de 1971 e o mais recente, da Copa Libertadores de 2013.

E, no entanto, ao longo dessas quatro décadas entre suas duas principais conquistas, ninguém jamais discutiu a grandeza do Galo. Impossível. Não com a quantidade de grandes jogadores que vestiram a camisa alvinegra e, principalmente, com um patrimônio como sua enorme torcida – fiel e apaixonada viesse o que viesse; mesmo quando via rivais vencendo títulos de expressão ou até quando amargou a queda para a segunda divisão nacional, em 2005.

Foi essa torcida, inclusive, um dos motores na campanha do título continental de 2013, que parecia recompensar os anos de fidelidade e paixão incondicional da massa atleticana. A conquista consagrou a geração de Ronaldinho Gaúcho, Victor, Bernard e Jô e os colocou ao lado de Dadá Maravilha – ícone da conquista de 1971 –, Nelinho, Toninho Cerezo, Éder e Reinaldo – principais responsáveis pela série de conquistas estaduais nos anos 1970 e 1980 – como os principais itens de sua imponente sala de troféus. Embora àquela altura a história já houvesse deixado claro: o maior troféu do Galo não fica em sala alguma; está na arquibancada.

O nascimento de uma instituição
Clube mais antigo do estado de Minas Gerais, o Athletico Mineiro Foot Ball Club foi fundado em 25 de março de 1908 por um grupo de 22 jovens interessados em praticar o esporte que havia se tornado febre em todo o país. Eles disputaram a primeira partida oficial menos de um ano depois, contra o Sport Futebol Clube, e desde então exibiram uma capacidade natural para surpreender os adversários, vencendo a até então melhor equipe de Belo Horizonte por 3 a 0.

O Sport pediu uma revanche imediata, mas voltou a perder, dessa vez por 2 a 0. Foi apenas quando um terceiro duelo terminou em 4 a 0 a favor dos novatos que o rival jogou a toalha. O Atlético havia se estabelecido de forma rápida e confortável, trazendo consigo um grupo de torcedores que crescia à medida que o time destronava adversários.

Foi pouco depois que a equipe adotou o nome Clube Atlético Mineiro e a tradicional camisa listrada em preto e branco.

O surgimento de um mito
O Atlético ganhou o seu primeiro título em 1914 e, no ano seguinte, foi campeão do primeiro Campeonato Mineiro da história. A conquista, no entanto, não significou o prenúncio de uma supremacia no estado, papel que na época coube ao América Mineiro, vencedor das dez edições posteriores do torneio.

O Galo precisava de um ídolo, e os torcedores acreditaram tê-lo encontrado quando Mário de Castro anotou três gols na sua estreia, no ano de 1925. Os títulos estaduais que o atacante ganhou para o time em 1926 e 1927 só confirmaram essa expectativa.

Até então, Atlético e América protagonizavam o grande duelo pelo domínio de Minas, mas, por volta da década de 1940, a rivalidade com o Cruzeiro começou a dar sinais de que poderia se tornar uma das mais intensas da América do Sul. O Galo manteve uma vantagem sobre os arquirrivais até a década de 1960, quando Raul, Wilson Piazza, Dirceu Lopes e Tostão transformaram a Raposa em um dos times mais temidos do Brasil.

O Atlético respondeu com a histórica conquista do Brasileirão de 1971, com uma equipe que tinha Humberto Monteiro, Ângelo, Humberto Ramos, Oldair e, sobretudo, Dadá. Naquela ocasião, o futebol do Brasil vivia uma época de ouro, com a Seleção tendo acabado de ganhar de forma espetacular o terceiro título da Copa do Mundo da FIFA graças a atuações inesquecíveis de Rivelino, Jairzinho, Tostão e Pelé. Curiosamente, não foi o Santos de Pelé, o Corinthians de Rivelino, o Botafogo de Jairzinho nem o Cruzeiro de Tostão que venceu o reformulado torneio nacional: a glória coube justamente ao Atlético.

O principal responsável foi, de longe, Dadá, atacante de velocidade fulgurante, impulsão assustadora e uma singular habilidade para finalizar tanto com a cabeça quanto com os pés. Reserva no tricampeonato de 1970, um ano depois ele roubou a cena, ofuscando os companheiros de seleção e garantindo a inédita taça à equipe de Telê Santana.

Pouco depois, outra geração brilhante enriqueceu a história do Galo. Entre 1976 e 1989, o clube faturou o título estadual 11 vezes, regido pela magnificência de João Leite, Luizinho, Nelinho, Paulo Isidoro, Toninho Cerezo, Éder e do fantástico Reinaldo, o melhor jogador da história do clube e um dos mais brilhantes atacantes do futebol brasileiro em todos os tempos. Lamentavelmente, aquele time inesquecível nunca chegou a conquistar o campeonato nacional, tendo perdido duas vezes na decisão: contra o São Paulo, em 1977, e diante do Flamengo, três anos depois. Pior: seria preciso muita paciência para ver novamente o Galo nos melhores dias.

O momento atual
Apesar do começo promissor, em que ganhou o Campeonato Mineiro de 2000 e chegou às quartas de final da Copa Libertadores do mesmo ano, o novo milênio não foi dos mais fáceis para o Galo, que entrou em longo declínio a partir dali. Após ter escapado por pouco do rebaixamento para a Série B do Brasileirão em 2004, não pôde evitar o pesadelo do descenso no ano seguinte. Pior ainda, completou seis anos consecutivos sem ganhar uma taça estadual — sequência negativa que não enfrentava desde a década de 1920.

Os altos e baixos persistiriam nos anos seguintes, com o clube retornando à primeira divisão brasileira em 2007 e retomando o rumo de conquistas estaduais. Outro momento complicado veio em 2011, quando por pouco não amargou nova queda para a segunda divisão nacional. Já com o técnico Cuca no comando, o Galo não apenas evitou novo vexame, como iniciou a guinada que culminaria na conquista da Libertadores dois anos mais tarde.

Contratações pontuais e outras de impacto, como a de Ronaldinho Gaúcho, deram ao clube a força que andava em falta, e o resultado foram os títulos estaduais de 2012 e 2013, o vice-campeonato brasileiro e, finalmente, a taça continental – com direito à melhor campanha em toda a competição, o melhor ataque e vitórias dramáticas nos pênaltis sobre o Newell’s Old Boys, na semi, e o Olimpia, na final. O Atlético, que já era enorme, tornou-se também internacional.

O estádio
Um dos maiores e mais tradicionais estádios do Brasil, o Mineirão pertence ao Estado de Minas Gerais, mas é, na prática, a casa de Atlético e Cruzeiro. Foi inaugurado em 1965 e reformado entre 2010 e 2012 para as disputas da Copa das Confederações e da Copa do Mundo da FIFA. Vale citar ainda que o Estádio Independência, casa do rival América, acabou ganhando em importância para o Galo no período em que o Mineirão esteve fechado: lá, o clube se manteve invicto durante 38 jogos e mandou praticamente todos os jogos – com exceção da final –da vitoriosa campanha da Libertadores 2013.